
Precisamos mesmo de ingerir laticínios para sermos mais saudáveis?
Precisamos mesmo de ingerir laticínios para sermos mais saudáveis?
Nos últimos anos, muito se tem falado de como o consumo dos laticínios podem, ou não, afetar a
nossa saúde geral. Se há uns bons 15 ou 20 anos as crianças eram incentivadas a beber leite
todos os dias, hoje, as opiniões já se dividem, muito devido às investigações que se têm
desenvolvido sobre esta categoria da cadeia alimentar.
Vamos a factos. Os produtos à base de leite têm, de facto, benefícios. Leite, iogurte, queijo, são
boas fontes de cálcio, o que significa que ajuda a manter os ossos fortes, a diminuir o risco de
fraturas e também a prevenir doenças como a osteoporose.
Estes alimentos são ainda ricos em fósforo, vitamina D, magnésio e em proteína e ajudam a
diminuir o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e a prevenir a obesidade. Os produtos
fermentados, como o kefir, por exemplo, estão repletos de benefícios, como reduzir os níveis de
colesterol, da pressão arterial e prevenir doenças cardíacas.
Na verdade, uma investigação publicada no British Journal of Nutrition, com mais de 2000 mil
pessoas, concluiu que quem consumia regularmente este tipo de produtos fermentados tinha um
risco significativamente menor de desenvolver doença arterial coronária, do que quem não ingeria
estes alimentos.
Os benefícios dos laticínios são reconhecidos e variados, porém, há alguns alertas a que
devemos dar atenção. Atualmente, 65% da população adulta em todo o mundo é intolerante à
lactose. Como é que isto acontece? Quando consumimos a lactose presente nestes alimentos,
produzimos uma enzima chamada lactase que ajuda a decompor a lactose. Quando esta enzima
não se desenvolver significa que somos intolerantes à lactose, e os seus sintomas, podem ser
complicados de gerir no dia a dia. São eles:
- Falta de energia e cansaço;
- Barriga inchada;
- Cólicas abdominais;
- Diarreia;
- Prisão de ventre;
- Dores de cabeça;
- Manchas vermelhas da pele;
- Dores muscular;
- Náuseas e vómitos
Há mesmo quem defenda que os seres humanos são dos poucos mamíferos que consomem leite
em idade adulta e que o leite de vaca serve para fazer crescer um bezerro, tendo um valor
nutricional muito diferente do dos humanos. Porém, para os especialistas, este não é um fator
mandatário para deixar de consumir leite.
A lactose acaba por ser o único problema apontado, visto que cada vez há mais pessoas que
não a toleram. Num artigo da Universidade de Cornwell, isto deve-se ao histórico dos
movimentos migratórios e à forma como os animais se adaptavam às temperaturas extremas. De
acordo com o autor do estudo, Paul Sherman, os antepassados dos adultos que são tolerantes à
lactose viveram em locais onde os rebanhos cresceram de forma saudável e transmitiram
mutações genéticas que toleram a lactose.
Embora as pessoas intolerantes à lactose sejam as únicas a quem é aconselhado não ingerir
estes produtos, o fator ambiental pode fazê-lo repensar se quer continuar a ter laticínios em casa.
Acontece que esta indústria é uma das que mais contribui para as alterações climáticas, sendo
que estima-se que representa 20% das emissões da produção alimentar a nível mundial (falamos
de gases como o metano, óxido nitroso, e dióxido de carbono.
Hoje, as alternativas aos laticínios já são numerosas. Na categoria do leite, encontra imensas
alternativas como o leite de amêndoa, aveia, arroz, amendoim ou soja. Existe ainda margarina,
manteiga, chocolate, queijo e iogurte sem lactose, feitos a partir de tofu e de outros ingredientes
vegetais.